sexta-feira, setembro 05, 2008

Para onde caminham os nossos filhos?!!!!!

Hoje tive dúvidas (até parece que é a 1ª vez que me acontece) no titulo que escolhi para o post.
Ainda pensei em escolher " Para onde encaminhamos nós os nossos filhos"!.

Este, é o mês pesadelo para os pais que têm filhos em idade escolar, é um mês cansativo e acima de tudo, um mês "caro". São os livros, a mudança de estação que obriga a um ajuste no guarda roupa, o retorno dos horários escolares e... a compra do material escolar.
De todos, é este último que mais me deixa pensativa e, algo até, revoltada.
Porquê? Porque somos bombardeados (alunos e Enc.Ed.) com publicidade de tudo e mais alguma coisa, são as campanhas que revertem a favor desta e daquela instituição, etc., etc... e são os nossos filhos que querem escolher, nem sempre o mais prático mas muitas vezes, o mais caro e que está na "moda".

Vi uma reportagem no jornal da noite, na SIC, passe a publicidade, em que eram interpelados alguns pais que andavam ás compras com os filhos. Entre a pergunta do que era necessário comprar, o que o filho ou filha queria comprar, vinha a pergunta chave e de facto importante para o pagador: Então e o orçamento?!!!!!!!!
Uma mãe, comoveu-me, quando disse que não tinha ido de férias para poder pagar os manuais e o material aos filhos (todos nós trabalhamos 11 meses para poder usufruir 1 mês de algumas regalias e satisfazer algum desejo menos realizável financeiramente ao longo do ano). Foi forte ter que ouvir isto, e é mau saber que este caso espelha milhares de tantos outros. A criança vinha depois dizer que as suas preferências baseavam-se no "preço" que via com atenção...
Veio depois um pai, sorridente dizer que os meninos é que escolhiam, metiam no carrinho das compras e ele...pagava. Que sim, era caro, um rombo orçamental, mas que fazer, as crianças não "cediam", e ele até percebia (?).
Mas, deixou-se para o final da peça, o menino feliz, com um caderninho nas mãos, (como prova nacional de orgulho), que tinha escolhido e que fazia conjunto com tudo o resto.
Pergunta-se ao pai, qualquer coisa como: -Não acha que é uma escolha puxada, não poderia convencê-lo a levar algo mais em conta? - Pois, diz o mesmo, ele não quer, tem mesmo que ser isto...
Volta-se á criança (de 1º ciclo), que responde desta forma á mesma pergunta: - Não, só quero estes, porque se não forem estes não levo mais nada, tenho vergonha dos meus amigos!

Fiquei a olhar uns largos minutos para o ecrã. Já os meninos e pais tinham desaparecido quando voltei a mim. Então os nossos filhos, pirralhos de vida ainda curta, diz uma coisa destas para milhares de pessoas, e os papás sorriem contentes e orgulhosos dos seus rebentos?!!!!!
Mas o que é isto?
Os meus viram a reportagem, felizmente, e eu pude explicar que a escola não é um local de vergonhas nem de competições de materiais, muito menos de humilhações. É um local de crescimento, aprendizagem, escolha, afectividade, solidariedade e respeito. Muito respeito.
E está decidido: este é o "meu ano", só comprarei material após listas afixadas e com os filhos a escolher com base na comparação de preços/qualidade. Coisa aliás, a que já os habituei há muito.

Onde ficou o tempo em que a nossa alegria de tirar do estojo um lápis e caneta novos, no 1º dia de aulas, superava qualquer coisa que o vizinho do lado pudesse levar?...
E a alegria de rever os colegas, que nunca saíam debaixo de olho durante as férias?...

Respondendo á pergunta inicial, eu digo que levamos os nossos filhos por caminhos que nós próprios optámos por seguir.


Bjinhos a todas


8 comentários:

Unknown disse...

Estou de acordo contigo realmente há k va por o k os meninos kerem eu sempre fiz ver k se havia mais barato e ra bom k não valia apena comprar o mais caro.Hoje tenho um a entrar para a faculdade e continua com o mesmo espirito a outra no 8 ano e ja me pedio para ir eu comprar os cadernos o resto do material tinha do ano passado e k depois se via o k os prfs pediam de material especifico

Há k os fazer ver as dificuldades!!!!!!

BJFS
Paxan

laura disse...

+****

A direcção dos costumes tem de mudar.

Não se pode continuar a ouvir comentários, como os que ouvimos nesse inquérito da SIC. As crianças
não têm culpa.
E os pais da criancinhas o que fazem, qual o modo de vida deles?
Decerto o "dinheirinho" não lhes custa a ganhar...
Nem querem que os filhos aprendam a viver "felizes"...
E calo-me, pois há coisas que não entendo.
bjs.
laura

IsaLenca disse...

Felizmente alguns pais ainda explicam aos filhos como deve ser e a dificuldade em conseguirmos ter dinheirinho para outras coisas-para lá do essencial. E a publicidade é direccionada para os miúdos que depois chateiam a cabeça dos pais- e deois há outros- pais incluídos-que também gostam de fazer "figura" com tudo o que é grande marca. Nestas alturas assistimos várias vezes a discussões acaloradas entre pais e pirralhos! Depois há colégios que exigem material de marcas específicas!! Nada como pegar em vários panfletos dos hipers e comparar preços e escolher os que tem mais em conta. Fazer uma lista e então ir às compras. Quanto aos livros há que aroveitar as campanhas que existem logo em Agosto pois chegamos a poupar +- 20% (mesmo quando os meus estavam num colégio que arranjava os livros, o que não dava trabalho nenhum aos pais, eu fazia sempre onde era mais barato- não me interessou nunca o que eles diziam). Penso que tudo tem a ver com a educação que tivémos e com aquela que damos aos miúdos. Pois também é verdade que os miúdos entre eles também são maus e desdenhosos e gozam muitas vezes uns com os outros. Felizmente agora recomeçaram a colocar a validade de 6 anos nos livros- antes tinham 2. E pensar que eu utilizei os livros da minha irmã 6 anos mais velha! Mas também não escrevíamos nos livros e os exercícios eram sempre feitos nos cadernos. Agora há livros que até são para recortar, logo depois já não servem para ninguém! Depois há professores que exigem os exercícios feitos nos livros!! Cheguei a ter discussões com alguns - para que servem então os cadernos?Mas pelo menos agora já há iniciativas boas- o Livrão- para colocarmos lá os livros que não precisamos e que podem servir para outras crianças.
Não podemos ir é na onda consumista...
E o que mais me mete impressão é haver muitas famílias que estão endividadas até ao tutano, vieram de férias na Disney (com crédito) e agora para a educação dos miúdos recorrem a outros créditos (ou ainda por, aos cartões de crédito das lojas- com taxas muito maiores), e no fim...arranjam outro crédito para pagar os restantes!! É mesmo verdade: ha pessoas com 8 e 10 créditos!! E nem assim sabem reeducar os pirralhos... Interessam-se mesmo é por mostrar uma fachada que não podem suportar! Devia haver uma disciplina nas escolas, em todos os anos, que ensinassem e alertassem para o consumo sustentável. Cá em casa é o que faço!

Nela disse...

Bom artigo Cristina. Este tema é muito importante. E a falta de folga orçamental não é o fundamental. Mas sim os valores que estão presentes nas escolhas. Não é por haver "cabimento orçamental" que há justificação para adquirir uma mochila X, se essa mochila servir para encontrarmos o nosso lugar no mundo. Não sou fundamentalista e não me repugna comprar uma qualquer coisa de marca. Mas compro isso como compro na feira ou na loja dos chineses. Nenhuma coisa serve para nos acrescentar qualidades ou para nos substituir inseguranças. Mal andamos nós quando permitimos que os nossos filhos caminhem na vida tapando as suas fragilidades com etiquetas.
É difícil combater a publicidade que nos vende a felicidade em cada artigo, mas se não o fizermos, ficaremos reféns de filhos que são verdadeiros tiranos do consumo.

Anónimo disse...

Mexeste num assunto muito interessante.
Gostei muito do teu post, embora gostasse mais do 2ºtítulo que escolheste.
" Para onde encaminhamos nós os nossos filhos"!.
Úm abraço.
Carmen.

Aida guimarães disse...

Podes crer CrisJ. À pais que não o sabem ser. Esquecem-se que a vida dá muitas voltas e nem sempre vão poder fazer as vontades aos meninos. Entretanto crescem e fazem outro tipo de exigências.

O meu João sempre foi muito prático. Usa a mesma pasta até ficar quase rota, os cadernos são daqueles A4 pretos, super baratos e o material com jeitinho arranja-se sempre de um ano para o outro.
E ele é filho único, mas eu e o Alvaro não somos e sempre lhe ensinamos que tem de preservar as coisas dele.

Beijocas e parabéns por o tema

Mimas disse...

Bom post, amiga! E não duvides que a questão é sempre "para onde encaminhamos os nossos filhos"!

Mesmo que na altura custe dzer não, mesmo que na altura eles não percebam e esperneiem, mais tarde somos recompensadas pois vemos que eles aprenderam a delinear o percurso certo pela sua própria cabecinha mas onde nós sentimos que tivemos um papel importante e aí sentimo-nos um orgulho imenso.

Olha, isto de educar é dificil com'ó caraças mas no final..."o crime compensa"!

Bjcs

mari-lou disse...

Olha Cristina gostei do que li e gostei e gostei do titulo ,os nossos filhos caminham na estrada que nós os ensinarmos a caminhar e se forem bem guiados nem sempre se perdem e é tão bom quando os vemos caminhar sertinhos embora com alguns precalços, mas preparados para a vida .
Agora se o caminho que lhe mostramos, for de passadeira vermelha à mais pequena esbarradela lá vão eles estrada abaixo, porque não sabem andar em caminhos mais duros.
É assim a minha maneira de ver as coisas.

Beijinhos grande mãe.